Vazante
Vejo asas,
brancas asas
no alem-terra, no alem-mar.
Vontade de ancorar.
Em desdeim a revoada chega.
e valsa e baila bela
pela fresta da janela
e depois se vai.
Esvai-se assim o néctar
pingo - a - pingo.
Verte-se em palavras
derivadas de notas musicais,
grunhidos rítmicos,
baticuns de noites em quintais.
E se esvai
Vazios a casa e o coração,
Cheiro de maresia na porta, no portal,
virtude matinal
de sol, luz e madrigal.
E as asas - eternas asas
se espalham, se espelham
se assemelham a erosão
não da terra,
nem da serra ou do chão.
Erosão da alma.
Mar em calma.
calmaria.
Turbilhão.
E se esvai.
-
Sandra L. Rodrigues
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